Eu não consigo decifrar os teus planos para o futuro, eu não tenho o dom de ler os teus pensamentos, não sou o espelho dos teus reflexos, nem muito menos adivinho aquilo que pretendes. Reconheço que não sei nada disto, mas também gosto de não o saber, eu fico-me pensando que aquilo que eu reservo para o meu futuro é tudo aquilo que tu queres como nosso destino, estou a falar de vidas cruzadas, sim vidas cruzadas, a minha vida com a tua e a tua com a minha e pouco mais, não escondo diante de ninguém esta minha vontade de ver as tuas rugas a frisarem essa pele que transportas, as tuas mãos gastas pelos anos, o teu olhar absorvido de uma vida longa mas feliz, o teu corpo cansado depois de décadas sem descanso onde apenas e somente apenas encontra o conforto encaixado no meu. São estes excertos de vontades que me caracterizam, que eu quero, mas quando digo que quero é mesmo uma vontade exorbitante maior que toda a concentração de pessoas que possa ter dentro da minha vida, á qual tu de longe te destacas! Eu não sinto a falta de quando era feliz antes de estar contigo, porque em ti descobri a autêntica felicidade mesmo com todas as lágrimas. Não sei que sorte é esta por te ter, não sei que bênção se atravessou, eu nunca conheci sonhos tão melhores quanto esta realidade, deixa-me sonhar, deixa-me continuar a sentir-me no auge, dá-me a mão e larga-me apenas quando falhar-mos ao tentarmos a imortalidade, eu sei que tudo o que te peço não é a mais daquilo que tu consegues alcançar, eu nunca pedi isto a ninguém! Podes não ter sido o primeiro mas pretendo-te como o último.
Lembras-te ao início quando te pedi para prometeres-me que haveríamos de voltar a estar juntos?! Tu cumpris-te… Promete agora que vais cumprir quando eu achar altura de te pedir o ‘sempre’.
06-01-2011